terça-feira, 17 de novembro de 2009

Carro de Boi





Carro de Boi

Carro de boi....uma cena de fazenda.....

uma paisagem que eu não consegui pintar

carro de boi ,que traz toda a encomenda

e nos fascina sem que se possa evitar

Vê-se um menino de calças curtas...

Chapéu imenso, e rosto fino, é o candeeiro!....

das mãos ,sobre os ombros esguios,a vara...

fisga de quando em quando, o boi...

...os bois que servem de guias,vão seguindo

dois a dois em dupla fila! sinto pena pelas cangas!!!.....

o carro que canta cantiga dolente

vai subindo a estrada sinuosamente

cheirando ,a pó, a mato ,ea bosta fresca de boi...

aí um trilho se projeta marcante

por onde o carro então passa....

não é carro! é mesa grossa ,de madeira tosca e poética

aquelas rodas bem grandes...rodas imensas de pau

É carro de boi..... onde as vezes eu vim



sentada entre solavancos... e a música desenrolada

num canto triste e dolente

...do velho carrro de boi......

cana verde ,cana madura,

de repente .... um cheiro de pinga

arde pela narina da gente...é cantar é canto triste...

é gente q vai passando, é gente q vem voltando

´carro que vai gemendo,por entre o canavial!!


                                   miracemajulho/90  -  Glória Vargas

sábado, 7 de novembro de 2009

Para a grande poeta Fátima Cerqueira

Estou convencida de q acabei de descobrir na literatura  Brasileira, uma construtora da mais legítima força poética dessa nova geraração de  literatos! Estou comovida diante de uma produção  tão espetacular desse cancioneiro,  espécie de relicário  das nossas mais sentidas lembranças ,descritas com sabores de infãncia de juventude e de etermidade!
 Essa escritora mineira,uma professora e  dententora dos mais inspirados dons, que como guardiã das mas belas palavras cadenciadas,  sintetiza seu lirismo e nos faz adentrar seu poema como se fôssemos de fato seus personagens vivos,  assim privilegiando -nos por assim dizer, com sua íntegra e doce familiar forma de expressão !
 Beijo sua mão Fátima Cerqueira,  sensibilíssima eloquente na sua instigante maneira de fazer versos.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009








Retirante



fale comigo, sem dissimular...
e no entanto
e assim
e tanto, apesar desse
todo seu encanto, fale comigo... 
o que se passa dentro d'alma
retirante, que mesmo junta, está distante,
mesmo por tudo que esse sonho faz sonhar
o mesmo desejo tão gentil de se doar

Fale agora, aqui comigo nesta hora
antes que esse amor já revelado vá-se embora
jamais rejeite essa maneira louca e terna de te amar
e fale a todo tempo, a todo instante
tudo que insiste e não rejeite esse meu jeito
esse meu pranto, meu jeito terno lhe dizendo
está no ar, no altar dos mesmos sentidos.....e quimera
onde quer que me vá saberei me despir então com desvelo
quisera dessa espera ser sempre sonho, eu quisera!


                                                   
                                                            Miracema/julho /09 - Glória Vargas

sábado, 24 de outubro de 2009

QUEM?!...




.....quem sou eu
que involuntariamente ,na poesia,
já fiz chorar, descer o pranto,
lavar a alma dos que há muito não choravam!
quem sou eu, que nem me vi ali no palco?
E,sem dizer uma palavra,apenas...
mostrei aos risos,meu personagem triste.....
fazendo inteira rir, em uníssono
uma platéia! quem sou eu ,
mais uma despercebida?,
na multidão.... aqui ou lá,
na vida ,anônima, quem sou?!
......esse contraste que fez a diferença
essa visão de mim ,é ironia,
mais uma máscara pra minha fantasia,
.......mais uma fuga....
mais uma palma
mais uma dor.......
(Glória vargas) 15/09/09


quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Com licença


Glória sem modéstias
é mulher que se devora
respinga em quem passa
seu riso frouxo
traz no bolso
lembranças
segredos
e palavras
ara suas telas
metafisicamente.

rompe extremos
no buscar dos sonhos
tem alma espessa
não vive vagando
por aí à toa
essa mulher tem tutano
nasceu fada e é especial.
                                             Fátima Cerqueira








segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Teatro Amador


                                    Teatro Amador do Grupo Reviver
                         "UM CONTO ANTES QUE NUNCA MAIS!"
                                Texto de |Marcelino Tostes Padilha Neto


Elenco: Leny Tostes, Neide Gutterres, Marcelino Tostes, Marly Lopes, Glória Varga\s, Maria Amália,    Ana Torres e Graça Salim.

 Direção: Sávio Peixoto

Apresentado em Outubro de 2008, no Clube XV - Miracema-RJ
MIRAGENS



 Abri a janela




para ver a chuva  respingar pela vidraça.....



jorrava a cântaros........com sua magia



há uma espécie de lei imutável



nesses fenômenos inevitáveis ....



por longos anos



de minha vida



um chá de alecrin ...acalma , e eterniza


e... ir ver a chuva pela janela .....


cessada a tormenta,


olhando lá fora ,


me imaginando então uma criança..


do lado de cá desse devaneio,


com um papel, fiz meu barquinho


fui colocá-lo na correnteza


como se um rio.... que ali seguisse


senti meus sonhos se naufragarem


vendo-o lá longe a desmantelar-se


depois da chuva somesmo a bonança...


e, um elo perdido naquele barco....


tão longe e tão perto da felicidade


e das fantasias de toda infância!


( Glória vargas)

quarta-feira, 14 de outubro de 2009


Cantos que nem sempre são tão meus!!!!!!!!!!

TEOREMA X AXIOMA

Esta lembrança nítida e tão permanente. Como se tatuada na tela do imaginário. Segue a imagem da existência nossa agora e a carapaça parte dela se destroça. Arde no peito e esmaga o coração que chora. O sentimento avassalador, a mente invade. Então sem pena impiedosa a despedida. E o caos se instala à realidade que nos resta a todo tempo, em tudo apenas. É quase nada...Ali, tão só o corpo inanimado para reger inutilmente o tempo como uma flauta doce e mágica a emitir o canto amenizando a ida, parece ter deixado. É quase nada...Eis que sem ânimo e sem ninguém naquela hora. Enfim inerte jaz o corpo inevitavelmente. E perto ali de todos vaga sozinho, O espírito vê e sente e então flutua. E transmigrando para Deus alma ciente. No terminal do túnel por onde se despede. Então ali a humanidade passa. Para o encontro final no tribunal da sorte. E para tantos essa verdade é o fim, mas para muitos, eis que a morte é vida. Onde o ser reaparecerá intacto. Muitas horas de lágrimas e despedidas. Muitos que amávamos então por fim se foram. E certamente lá, então um dia virá na eternidade enfim nossa chegada. Alguns alegres e alguns tristes. E os que se recuperam todos contritos. Ao reencontro dos muitos que partiram Junto ao consolo daqueles que chegaram.